segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Planeta Almodóvar
domingo, 22 de novembro de 2009
Do Começo ao Fim
domingo, 8 de novembro de 2009
A elegância de Woody Allen
Começou na última quarta (03) e vai até o dia 29 de novembro a mostra A Elegância de Woody Allen no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro. Serão exibidos todos os 40 longa-metragens de um dos mais geniais cineastas do cinema mundial. Além de suas produções como diretor também constam filmes em que Woody Allen foi roteirista/ator, e películas que o homenageiam.
Uma das grandes atrações será a exibição de Whatever Works (Tudo Pode Dar Certo), filme mais recente do diretor e ainda inédito no Brasil. O filme conta a história de Boris Yellnikoff (Larry David), um nova iorquino que tem uma visão particular da vida e faz questão que todos saibam de suas teorias sobre religião, relacionamentos e a aletoriedades sobre a existência. Mas sua vida solitária muda quando ele abriga a jovem sulista Ann Celestine (Evan Rachel Wood) e começa uma incomum amizade, cheia das mais improváveis afinidades.
Confira toda a programação em http://www.woodyallen.com.br
Lembrando que o CCBB-RJ fica na Rua Primeiro de Março, 66 - Centro.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Filme Fashion - Documentário
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Beyond Ipanema #FestivalRio'09
Os diretores Béco Dranoff e Guto Barra iniciam a trajetória da invasão da música brasileira para além de suas fronteiras com a chegada de Carmem Miranda a Nova York em 1939. O documentário vai desde seus filmes, em que ela exigia em contrato ter falas em português, e seus espetáculos na Broadway, além do fascínio dos americanos por aquela mulher com frutas na cabeça.
Ao longo do filme o espectador vai sendo apresentado a vários momentos chaves como a bossa nova e a obsessão "the girl from Ipanema", a tropicália, com destaque para o grupo Os Mutantes, e o sucesso comercial de Sergio Mendes em solo americano. Mas talvez o grande trunfo do documentário seja ir além disso e mostrar como a música brasileira foi também redescoberta por artistas e públicos estrangeiros muitos anos depois.
Os anos 90 e esta primeira década do século XXI vêem esse redescobrimento da música brasileira, seja pelo retorno e consagração de grupos como Os Mutantes, sem Rita Lee, mas principalmente pelas diversas apropriações que djs em todo o mundo fazem com a nossa música. Bebel Gilberto e seu flerte com as batidas eletrônicas é com certeza uma das representantes desse momento de misturas e reconhecimento da música brasileira no exterior. O sucesso que bandas como Cansei de Ser Sexy, Bonde do Rolê e Garotas Suecas fazem na cena alternativa americana também não passa desapercebido pelo documentário, que também cita outros estilos musicais como o forró e o funk como cada vez mais influentes e presentes fora do país.
Documentários que traçam uma trajetória sobre a música brasileira não são tão incomuns, mas o grande feito de Beyond Ipanema é ir mais além. É buscar com um vastíssima quantidade de entrevistas, com nomes como David Byrne, M.I.A e Creed Taylor, além de Caetano Veloso e Gilberto Gil, traçar um panorama sobre a música brasileira no exterior até o contemporâneo e perceber suas misturas, colagens e reapropriações. Longe de tentar abarcar toda a história, o documentário é bem sucedido e traz várias curiosidades como um sebo recheado de LPs históricos de artistas brasileiros no East Village e também o samba ter entrado na grade curricular de uma escola americana do Harlem.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Distante Nós Vamos #FestivalRio'09
A partir daí, o casal de protagonistas começa uma viagem por cidades como Phoenix, Tucson, Madison, Montreal e Miami em busca do lugar perfeito, se deparando em cada destino com uma família de conhecidos ou parentes que os abriga. Belíssimas cenas de lugares como o deserto do Arizona, por exemplo, são mostradas por Sam Mendes de maneira surpreendente. Quem já viu filmes de Mendes como Beleza Americana e Foi Apenas um Sonho sabe que sua direção tende mais a ser mais dura, rígida e com planos mais fechados. Então, os planos abertos e a condução fluida que combina de belas paisagens com a inspirada trilha sonora, que conta com músicas de George Harrison, Bob Dylan e The Velvet Underground, dá a leveza necessária para o filme funcionar bem na tela.
Palmas também para o elenco. Quem conhecia Maya Rudolph do famoso humoristíco Saturday Night Live já sabia de todo o seu talento para a comédia. Mas como fazia esquetes curtas, a grande dúvida era se ela conseguiria levar uma personagem protagonista com a mesma força de suas imitações no SNL. Ela não só consegue, como nos revela todas as nuances de Verona. E o seu colega de cena não fica atrás. Apesar de ter feito filmes como Licença para Casar e Amor não tem regras, John Krasinki também é mais conhecido por sua atuação na televisão pela série The Office. Merecem citação também a hilária Alisson Janey, como Lily a ex patroa de Verona e mãe completamente sem noção, além da fofa Maggie Gyllenhaal que interpreta uma mulher zen e absurdamente maluca.
Vale a pena ver essa comédia leve e despretensiosa, mas não menos tocante de Sam Mendes. A busca por encontrar a nossa casa, o nosso lugar no mundo é um tema bem universal e de fácil identificação com o espectador. Sem falar nas boas risadas que você dá ao longo do filme, algumas delas nem precisam de fala. Só de olhar para as expressões de Maya e John você já sente vontade de rir.
Julie & Julia #FestivalRio'09
O filme é baseado no livro homônimo escrito por Julie Powell (interpretada por Amy Adams), uma americana de 30 anos que leva uma vida sem grandes ambições, pra não dizer sem graça. Até que seu marido tem a ideia de que ela crie um blog para divulgar algo que ela goste de fazer. Depois de muito pensar, ela resolve fazer um desafio: durante um ano ela faria e divulgaria em seu blog todas as 534 receitas do livro "Dominando a Culinária Francesa", de Julia Child (Meryl Streep) - considerada a bíblia da culinária francesa para os americanos.
Recomendamos Julie & Julia pelas boas risadas que ele pode te render, mas faça isso de barriga cheia. Ver o filme com fome durante o horário do almoço não é lá das melhores ideias, já que os filme é um desfile constante dos mais diversos pratos da tentadora culinária francesa.. nhami!
A Falta Que Nos Move #FestivalRio'09
Depois de ver Doce Perfume, o UBDQ deu um pulinho no Odeon para assistir a pré-estreia do filme brasileiro A Falta Que Nos Move, de Christiane Jutahy. Baseado na peça A Falta Que nos Move ou Todas as Histórias São Ficção da própria diretora, o filme brinca o tempo todo com os limites entre ficção e realidade.
Cinco atores são filmados durante uma antevéspera de Natal por três câmeras durante 13 horas sem qualquer interrupção na casa de Christiane. O grupo de amigos espera a chegada de uma sexta pessoa, que eles não sabem se chegará, e acaba por gerar tensas discussões entre os outros. Seguindo um plano de cenas pré-estabelecido e ensaiado, e dirigidos através de torpedos de celular, os atores desfilam durante os 95 minutos de filme as suas mais diversas frustrações, segredos, encontros e desencontros. Carência afetiva, acima de tudo.
No aspecto mais técnico, acho que a fotografia do filme é um dos destaques. A leveza utilizada ajuda a fazer com que as cenas não sejam transmitidas de maneira muito teatral na tela, o que seria bem fácil de ocorrer devido às origens do texto. E o roteiro também é bastante instigante e deixa o espectador em dúvida a todo o momento se o que ele vê é ficção, realidade ou se existe mesmo essa divisão. A cena do brinde que eles optam por refazer, visto que fizeram na hora errada segundo o roteiro pregado na parede da cozinha, ilustra bem essa brincadeira com a metalinguagem.
E é claro que grande parte do êxito do filme deve ser dividido com o elenco do longa, composto por Marina Vianna, Cristina Amadeo, Daniela Fortes, Pedro Brício e Kiko Mascarenhas - os mesmos atores da montagem original da peça. Eles nos revelam toda a complexidade do difuso processo de construção dos personagens em cena. O quanto da personalidade de cada ator está presente em cada personagem? Será que é possível apagar totalmente a sua subjetividade ao interpretar um papel? São algumas perguntas que o filme nos deixa de herança para pensar.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Doce Perfume #FestivalRio'09
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Festival do Rio 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Trilha Sonora de Lua Nova
DEATH CAB FOR CUTIE — MEET ME ON THE EQUINOX
BAND OF SKULLS — FRIENDS
THOM YORKE — HEARING DAMAGE
LYKKE LI — POSSIBILITY
THE KILLERS — A WHITE DEMON LOVE SONG
ANYA MARINA — SATELLITE HEART
MUSE — I BELONG TO YOU (NEW MOON REMIX)
BON IVER & ST. VINCENT — ROSYLN
BLACK REBEL MOTORCYCLE CLUB — DONE ALL WRONG
HURRICANE BELLS — MONSTERS
SEA WOLF — THE VIOLET HOUR
OK GO — SHOOTING THE MOON
GRIZZLY BEAR — SLOW LIFE
EDITORS — NO SOUND BUT THE WIND
ALEXANDRE DESPLAT — NEW MOON (THE MEADOW)
domingo, 20 de setembro de 2009
Lily no Rio
sábado, 22 de agosto de 2009
New York, I Love You
sábado, 15 de agosto de 2009
Taking Woodstock
Engana-se quem acredita que o filme vai retratar o Festival Hippie de 69, muito pelo contrário, em nenhum momento do filme há cenas dos concertos. A ideia central do filme, assim como a do livro, é retratar os bastidores do festival, assim como os fatos que permitiram com que um Festival Hippie acontecesse na pacata cidade de White Lake.
"Taking Woodstock" narra basicamente a história de Tiber (Demetri Martin), um jovem morador de uma pequena cidade dos EUA que a fim de pagar a hipoteca da casa de sua família - e aproveitando-se que o Festival de Woodstock havia sido desalojado da cidade de Wallkill por decisão do governo local - oferece aos produtores do Festival o espaço em uma fazenda de sua cidade para que o evento fosse realizado.
É claro que Tiber não tinha noção da proporção de pessoas que iriam ao Festival e muito menos da importância que esse evento teria para a história do movimento Hippie e da sua luta contra a Guerra do Vietnã.
Porém é quando ele começa a se envolver com a produção do evento que suas atitudes até então conservadoras começam a mudar - muito disso devido ao seu contato com os hippies e em especial com a travesti Vilma (Liev Schreiber) - fazendo com que Tiber se liberte das opressões de seus pais e aceite a sua homossexualidade, que até então era um tabu em sua vida.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
VMA 2009
Em 2008 a grande vencedora da premiação foi miss Britney Spears. A princesa do pop arrebatou o Astronauta de Prata em todas as categorias que concorria com seu single Piece of Me - melhor vídeo feminino, melhor vídeo pop e melhor vídeo do ano. Foi uma tremenda volta por cima da bitch que protagonizou no ano anterior uma das apresentações que deram mais vergonha alheia na história. Gorducha e fazendo a coreografia em câmera lenta, Brit não deixou ninguém com gostinho de gimme more.
O show contará com apresentações até agora confirmadas de Jay-Z, Lady Gaga, Green Day, P!nk, Taylor Swift e Muse. Com certeza um dos melhores e mais diversificados lineups dos últimos anos. O anfitrião da noite será pelo segundo ano consecutivo o ator inglês, comediante, cantor e reticências Russel Brand. Nomes como Katy Perry, Ne-Yo, Nelly Furtado e os atores da série Gossip Girl Chance Crowford e Leighton Meester serão alguns dos apresentadores da festa.
Neste ano 15 categorias estão em disputa, sendo 10 delas com votação popular - as outras 5 são técnicas. As grandes favoritas no Video Music Awards 2009 são Beyoncé e Lady Gaga, indicadas em 9 categorias. Britney Spears vem logo em seguida com 7 nominações.
Enquanto o dia 13 não chega, take a look no promo que a MTV fez para divulgar o VMA. Os indicados Cobra Starship e Leighton Meester em uma vibe West Side Story. Cool.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Virada Russa
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Anima Mundi 2009
Fuck You [2]
So you say it's not OK to be gay
Well I think you're just evil
You're just some racist who can't tie my laces
Your point of view is medieval... fuck you! fuck you very, very much.
Focando nesta temática contra a discriminação aos gays, o americano Steve Bee Bishop realizou um vídeo colaborativo, uma colagem de vários outros vídeos enviados a ele.
Resultado: o vídeo obteve uma repercussão muito grande, tendo mais de 200 mil acessos, e servindo de base para a criação de versões em outros países. Na França, por exemplo, foi feita uma versão pelo site GayClick que já passou da marca de 250 mil acessos e foi lançado no dia 17 de maio deste ano, dia internacional contra a homofobia.
E é claro que o Brasil não ficaria de fora. O blog Stonewall conclamou internautas de várias cidades brasileiras a fazerem seus vídeos e enviarem ao blog, que também fez seu vídeo-colagem, que já teve mais de 20 mil acessos no YouTube.
Muitas pessoas podem tender a desqualificar esses vídeos como formas de ativismo - o que é uma bobagem. Quem foi que estabeleceu que as lutas políticas, ideológicas e sociais devem ser excessivamente sisudas, formais e engessadas?
Estes vídeos são sim ótimos exemplos de como tratar uma temática tão importante como o combate a homofobia de forma bastante descontraída, leve, atual e midiática, sem perder de modo algum a sua força.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Fuck You
A música foi escrita pela cantora direcionada originalmente ao BNP (Partido Nacional Britânico), partido de extrema direita que defende políticas carregadas de xenofobia, nazismo e homofobia. Mas depois, Lily deu uma entrevista dizendo que sentiu que o assunto era bastante relevante e fazia sentido em todos os lugares, para além da realidade inglesa: "we can make coolness for our future, its up to us!", bradou a cantora de 23 anos.
Como você pode perceber, o clipe ficou lindo [aqueles fãs. hahaa]. Falando sério, o clipe ficou bem leve e divertido, claramente contrastando com a letra da música. Todo esse lirismo vai ao encontro dos outros clipes deste CD. Tanto em The Fear, sobretudo neste, quanto em Not Fair, Lily aparece sempre sorridente, cercada por um cenário bem lúdico, tudo numa clima de uma grande brincadeira.
p.s.: se alguém não gosta ou se constrange quando ouve um palavrão, tem também a versão soft pra rádio. No lugar de "fuck you", cavalos relinchando, vacas mugindo, galos cacarejando.. e por aí. Fofo, vai.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Adeus ao Rei do Pop
Na verdade a paz que ela esperava não veio porque eu ouvia aquela fita cassete o dia inteiro, e com um inglês improvisado eu cantava "Black or White" inteira e tentava sem suceso fazer o moonwalk, marca registrada do Michael.
sábado, 6 de junho de 2009
Shelter - De Repente California
domingo, 24 de maio de 2009
E a Palma de Ouro vai para...
Apesar de nomes badalados do cinema internacional estarem presentes nesta edição, o grande vencedor da Palma de Ouro foi o filme Das Weisse Band (The White Ribbon/A Fita Branca), do austríaco Michael Haneke (foto acima). Totalmente em preto e branco, o filme retrata uma série de crimes que ocorreram numa cidade da Alemanha no começo do século passado, no qual um grupo de crianças está entre os suspeitos. A escolha de Haneke foi bem afinada com a dos críticos, assim como a maioria dos prêmios principais desta edição.
A única realmente grande surpresa foi o prêmio de melhor diretor para o cineasta filipino Brillante Mendoza, com o seu instigante e violento Kinatay. Mesmo não estando presente nas principais listas de favoritos da imprensa, a vitória do tailandês revela a tentaiva do júri do festival de apostar em novidades e na originalidade dos trabalhos apresentados, para além das escolhas 'seguras' de favoritos ou de nomes consagrados. Exatamente como o festival deve ser: espaço de experimentação e celebração da sétima arte.
Segue abaixo a lista dos vencedores do Festival de Cannes 2009:
Palma de Ouro
Das Weisse Band / Alemanha (de Michael Haneke)
Grand Prix
Un Prophète / França (de Jacques Audiard)
Melhor Direção
Brillante Mendoza / Filipinas (pelo filme Kinatay)
Melhor Roteiro
Lou Ye / China (pelo filme Chun Feng Chen Zui De Ye Wan)
Melhor Atriz
Charlotte Gainsbourg / França (pelo filme Anticristo)
Melhor Ator
Chrstoph Waltz / Áustria (pelo filme Bastardos Inglórios)
Prêmio do Júri
Bak-Jwi / Coréia do Sul (de Park Chan-Wook)
Menção Especial
Fish Tank / Inglaterra (de Andrea Arnold)
Prix Vulcain
Map of the Sounds of Tokyo / Espanha (de Isabel Coixet)
Prêmio Especial
Les Herbes Folles / França (de Alain Resnais)
Palma de Ouro - Curta-metragem
Arena / Portugal (de João Salaviza)
The Six Dollar Fifty Man / Nova Zelândia (de Mark Albiston e Louis Sutherland)
terça-feira, 5 de maio de 2009
Romance e Cigarros
Romance e Cigarros é um musical produzido pelos irmãos Cohen (do premiado Onde os Fracos Não Têm Vez) e conta com um elenco estelar, além de uma trilha sonora com nomes consagrados e uma premissa interessante. Vamos a história: Nick (James Gandolfini ) é um ferreiro que é casado com Kitty e tem três filhas jovens adultas (Mary-Louise Parker, Mandy Moore e Aida Turturro). A vida da família de classe média trabalhadora vira de cabeça para baixo quando a matriarca descobre a pulada de cerca de seu marido com a sedutora Tula (Kate Winslet). Nesse momento se insere Bo (Christopher Walker), primo de Kitty, que a ajuda em seu plano de descobrir quem é a amante de seu marido.
Como o seu título diz, o filme tem mais cigarros do que romance. O cigarro é amplamente explorado em cenas que envolvem muita sensualidade ou despreocupação, reforçando duas características "senso comum" dele. Diante da onipresença do cigarro, além da linguagem completamente sem pudor - sendo bem eufêmico - em que as personagens falam sobre seus romances e sua vida sexual, o filme parecia ir na direção de romper com vários padrões estéticos e comportamentais. Mas ficou na promessa.
Vale a pena destacar as atuações de Gandolfini, que nem de perto lembra o marcante mafioso Tony Soprano, da sempre brilhante Kate Winslet [extremante sensual nesse papel] e da surpreendente Aida Turturro, dona dos momentos mais engraçados do filme. E.. bom. Acho que os elogios param por aqui.
Você espera até o minuto final ver aquela Susan Saradon inspirada de outros filmes, mas a espera é em vão. Além disso, o papel da talentosa Mary Louise Parker é deixado muito de lado, apenas uma peça figurativa. Um desperdício incrível. Ahh, é importante também salientar que a escolha de colocar as canções na voz original em que foram gravadas, muitas vezes com os atores apenas sibilando as letras, foi terrível. Assim, os números musicais perderam grande força. Outra pena, já que são grandes clássicos de Bruce Springsteen, Janis Joplin, James Brown e Dusty Springfield.
Para completar, o final é infelizmente um mega clichê. Justo tudo aquilo que não se espera de um filme que se propõe a subverter e chocar. Uma pena.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Cannes 2009
A França também estará sendo representada pelo filme Enter the Void, de Gaspar Noe, cujo último filme foi o nauseante Irreversível; outro cineasta que já foi ganhador da Palma de Ouro com o filme Ventos de Liberdade e estará concorrendo novamente é o britânico Ken Loach, desta vez com o filme Looking for Eric. Quem também estará concorrendo é o filme Bright Star da cineasta neozelandesa Jane Campion, ganhadora da Palma de Ouro em 1993 pelo filme O Piano.
Além dos filmes que estão concorrendo ao prêmio também serão apresentados no Festival a nova animação da Disney Up - Altas Aventuras, além de Agora, de Alejandro Amenábar, ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2004 por Mar Adentro. Outro que será exibido especialmente no festival será L'epine Dans Le Coeur, do cineasta francês Michel Gondry. Ainda terá destaque o filme The Imaginarium Of Doctor Parnassus, de Jerry Gilliam, e que conta com a participação não finalizada do ator Heath Ledger que morreu antes que as filmagens do filme tivessem acabado. E por fim, para quem espera a presença brasileira no Festival será exibindo, embora não esteja concorrendo, o filme À Deriva, novo trabalho do diretor de O Cheiro do Ralo, Heitor Dhalia.
Segue abaixo a lista completa dos filmes que estarão concorrendo:
Pedro ALMODÓVAR - LOS ABRAZOS ROTOS (Broken Embraces)
Andrea ARNOLD - FISH TANK
Jacques AUDIARD - UN PROPHÈTE
Marco BELLOCCHIO - VINCERE
Jane CAMPION - BRIGHT STAR
Isabel COIXET - MAP OF THE SOUNDS OF TOKYO
Xavier GIANNOLI - A L’ORIGINE
Michael HANEKE - DAS WEISSE BAND (The White Ribbon)
Ang LEE - TAKING WOODSTOCK
Ken LOACH - LOOKING FOR ERIC
LOU Ye - CHUN FENG CHEN ZUI DE YE WAN (Spring Fever)
Brillante MENDOZA - KINATAY
Gaspar NOE - ENTER THE VOID
PARK Chan-Wook - BAK-JWI - (Thirst)
Alain RESNAIS - LES HERBES FOLLES
Elia SULEIMAN - THE TIME THAT REMAINS
Quentin TARANTINO - INGLOURIOUS BASTERDS
Johnnie TO - VENGEANCE
TSAI Ming-liang - VISAGE (face)
Lars VON TRIER - ANTICHRIST
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Sem medo de maldições
No primeiro post deste humilde blog (hein?!) falamos sobre a dificuldade em começar algo. Estrear, partir do zero... No entanto, se você consegue superar tal barreira com sucesso, baixar a guarda é um risco. Tão difícil quanto um começo bem-sucedido é a manutenção dessa conquista. De nada adianta rolar uma super conexão e boa impressão num primeiro encontro, se você estragar tudo com perguntas e hábitos desnecessários no segundo (graças a Deus, não sou desses. rs).
No mundo do entretenimento funciona exatamente igual. Quando uma série de TV estoura em sua primeira temporada rola uma grande expectativa sobre como será a segunda. Uma expectativa cruel, que muitas vezes leva grandes séries ao limbo ou então as arrasta por mais algumas temporadas, dependendo da paciência dos diretores das TVs (caso da “morta-viva” Heroes e da falecida The O.C.). Mas nenhuma maldição no mundo pop se compara ao lançamento de um segundo CD. E uma das últimas estrelas da música a passar por essa provação foi a britânica Lily Allen com o seu It’s Not Me, It’s You.
Lançado em fevereiro deste ano, o segundo álbum da carreira de Lily Allen parecia fadado a sofrer da “síndrome do segundo”. No primeiro trimestre do ano de 2008, Lily deu algumas entrevistas declarando que seu CD estava praticamente pronto. Entretanto, a cantora voltou atrás e disse que queria seguir “novos caminhos”, experimentar novos sons e ritmos, o que atrasou bastante o lançamento do álbum, além de provocar o rompimento com o produtor-queridinho-sensação Mark Ronson. Com isso a expectativa aumentou. Será que It’s Not Me, It’s You conseguiria manter Lily nas paradas e superaria o arrebatador Allright, Still?
Minha humilde (oi?!) resposta é sim. A tática de divulgar os demos do novo álbum no seu MySpace seguiu o mesmo caminho do primeiro CD, assim como suas famosas letras autobiográficas. Entretanto, parece que se encerram aí as semelhanças. Em seu segundo CD vemos claramente uma Lily mais madura e executando um álbum mais eletrônico e dançante que o anterior.
Ainda que mantenha a sua ironia on fire contra seus ex-namorados, vale destaque para a divertida e ácida Not Fair [When we go up to bed you're just no good / Its such a shame / I look into your eyes / I want to get to know you / And then you make this noise and its apparent it's all over], ela se volta a críticas mais contundentes. Seus alvos preferidos: o consumismo exagerado e as “celebridades de plástico” no ótimo single The Fear e a sociedade descartando as pessoas cada vez mais cedo na faixa 22 [It's sad but it's true how society says / her life is already over].
Its Not Me, It’s You ainda tem um longo caminho pela frente, e dizer que ele terá o mesmo êxito comercial que seu antecessor parece precipitado, apesar de termos bons indícios que sim: o álbum estreou em primeiro lugar no Reino Unido e na Austrália, e em quinto nos Estados Unidos. Contudo, há que se celebrar a maturidade musical que a cantora e compositora de 23 anos parece ter atingido. Em cada faixa do novo álbum, Lily nos mostra que deixou para trás “aquela adolescente que estava desesperadamente atrás de atenção”, conforme ela mesma define as músicas de seu primeiro CD.
domingo, 19 de abril de 2009
Che
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Before Sunrise
Antes do Amanhecer (Before Sunrise, 1995) narra o encontro ocasional de dois jovens em um trem na Europa. A bela Celine (Julie Delpy) e o charmoso Jesse (Ethan Hawke) trocam seus primeiros olhares após ela trocar de poltrona no trem, devido a uma bizarra discussão entre um casal, em alemão, que atrapalha sua leitura. Um casal falando alemão, uma francesa e um americano. Globalização, babe. Encantada por Jesse, Celine decide aceitar seu convite e desce do trem pra viver aquele que talvez seja o dia de sua vida, numa Viena fria, crua, mas deveras romântica. Você pode pensar: ok, agora se seguirá uma sequencia de clichês sobre as diferenças culturais entre americanos e franceses. Certo?! Não, errado. O que acontece em Before Sunrise é que desde os roteiristas aos protagonistas onipresentes, e passando pelo diretor Richard Linklater, há um enfoque na utilização muito forte do comum, do corriqueiro, para justamente subverte-lo.A arriscada escolha por uma narrativa linear, que poderia tornar o filme arrastado e entediante, é justamente o que o dá fôlego. Se optasse por recursos narrativos como flash-backs ou flash-fowards, por exemplo, o diretor iria de encontro a toda a simplicidade da película. Aliás, talvez este seja seu grande trunfo: ser simples, mas passar longe do simplório. Apesar de uma premissa pitoresca - convenhamos que dois desconhecidos passeando por uma cidade estranha não é algo que aconteça todo dia - a forma como o filme se dá, abusando do lirismo e dos diálogos [ora densos ora banais] provoca um bem sucedido recurso de imersão profunda no filme. Isso ocorre também em virtude da direção que Linklater leva durante todo o filme: suave, leve, sem firulas, efeitos pirotécnicos ou closes desnecessários, nos transportando com tudo pra dentro da noite de Viena.
Contudo, Linklater ganha todos os créditos sozinho. Muito do êxito do filme é atingido pelo ótimo desempenho de Ethan e Julie, que aparecem em praticamente todas as sequências do filme. A liberdade dada aos atores para improvisar nos diálogos e nos gestos ajuda bastante a dar um clima mais intimista e convidativo ao filme. Além disso, a conexão que Jesse e Celine sentem está ali, presente em cada troca de olhares entre os jovens atores, como quando eles estão na cabine de uma loja de música onde os dois se olham e fogem do olhar um do outro. Uma sequência absurdamente eloquente, sem a presença de qualquer palavra.
É por essa fuga de antagonismos fáceis e de soluções simplórias ou carnavalescas em excesso, que Before Sunrise se destaca como um filme de estilo incomum, simples, arriscado e preciso. Se um dia encontraremos o alguém que nos complemente, como dois afluentes do mesmo rio [cena do poema, uma das minhas favoritas], que passaremos horas infinitas conversando - seja teorizando ou falando bobagem -, isso eu não sei. Entretanto, aquele cara com alma de um garoto de 13 anos e aquela grande mulher, antes desolada como a sua avó, que se encontraram antes de um sunrise se encontrarão de novo. É só esperar pelo sunset.