domingo, 22 de novembro de 2009

Do Começo ao Fim


Depois de uma longa espera o tão comentado filme brasileiro "Do Começo ao Fim" de Aluizio Abranges está entre as grandes estréias do mês de novembro.

Desde maio deste ano, quando a promo do filme "vazou" na internet a história de amor incestuosa entre os irmãos Francisco e Thomás vem causando frisom entre os cinéfilos.

Como se não bastasse o filme trazer como tema o romance homossexual, este romance é entre dois irmãos. Na verdade meio irmãos. O que não diminui muito a polêmica que o enredo do filme trás. A combinação entre homossexualismo e incesto parecia ser demais, ainda mais para um filme brasileiro, acostumado com um cinema de cunho mais social, e numa sociedade onde estes dois assuntos ainda são tabu.

Como havia dito Abranches em entrevista para O Globo - assim que o teaser do filme caiu na rede - a intenção era tratar do tema de forma leve e não trágica. E é exatamente isso que vemos, sem grandes clichês e sem nenhum valor moral ou julgamentos "Do Começo ao Fim" retrata um romance onde o homossexualismo e o incesto não parecem ser problema ou impecilho para aquele amor que existe desde a infância.

A relação forte entre os dois irmãos era percebida pelos seus pais desde cedo, quando Thomás e Francisco ainda eram crianças. Julieta, a mãe dos meninos, interpretada por Julia Lemmertz, em certo momento do filme diz que se preocupa com o que está acontecendo com seus filhos mas que prefere não impor a eles o que é bom ou ruim. E no decorrer do filme é isso que percebemos, uma não preocupação em discernir o certo do errado. O que nos parece é que tanto a família e os amigos veem a relação dos dois de uma forma natural, e essa naturalidade é passada para nós da mesma forma. Em nenhum momento as duas realidades polêmicas nos chocam. O amor é entre os dois nos é passado de forma tão sincera que em certo momento do filme a quase infidelidade de um dos rapazes é o que mais nos incomoda.

Além disso, um filme que trás uma bela fotografia, cenas recheadas de silêncios falantes e toda uma série de tomadas uma tanto quanto lúdicas dando ao filme um ar poético. Há quem reclame de toda essa tentativa de poetizar os temas ao invés de trata-los com mais seriedade, servindo assim de alerta social. Porém, desde o príncipio não parece ter sido essa a intenção de Abranches, que tentou suavizar temas polêmicos e através disso mostrar o amor.

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