sexta-feira, 26 de junho de 2009

Adeus ao Rei do Pop

Lembro que a primeira música do Michael Jackson que eu ouvi foi "Black or White", eu devia ter uns cinco anos e achei simplesmente fantástico aquele clipe com aquele cara se transformando em um montão de gente diferente. Não sosseguei enquanto eu não ganhei a fitinha do Michael, sim a fita, lembro que minha mãe comprou uma fita virgem e pediu para o meu padrinho gravar, porque só assim eu a deixaria em paz.
Na verdade a paz que ela esperava não veio porque eu ouvia aquela fita cassete o dia inteiro, e com um inglês improvisado eu cantava "Black or White" inteira e tentava sem suceso fazer o moonwalk, marca registrada do Michael.
Uma pena mas meu fanatismo pelo Michael acabou aí, não continuei ouvindo suas músicas, talvez pela falta de acesso, talvez por falta de interesse. Mas de qualquer forma, cresci ouvindo falar dele, vira e mexe ouvia uma música, conhecia outra, mas tudo sem aquele fanatismo de quando eu tinha cinco anos. Cresci ouvindo sobre suas bizarrizes, sobre a sua mudança de cor mal explicada, sobre acusações de pedofilia, sobre sua "amizade" com Macaulay Culkin, de uma forma ou de outra, querendo ou não era quase impossível não saber alguma coisa sobre o Rei do Pop.
Se ignorei Michael jackson na minha adolescencia, isso foi completamente revertido. Acho que nunca ouvi tanto Michael ou assisti tantos clipes dele quanto nestes últimos meses, isso tudo porque tenho uma prima de oito anos que é fanática por ele, assim como eu era quando criança, só que agora ela tem muito mais acesso ao material dele, e já conhece muito mais coisas dele do que eu quando era criança e do que eu agora que já tenho mais de vinte anos.
Sei que por isso minha memória tá super fresca, e realmente sendo fã ou não, é impossível não reconhecer a importancia de Micahel Jackson na música. Um artsista que colecionou fãs, que continuava colecionando e que provavelmente continuará colecionando.
Gostando ou não teremos que aguentar as gerações futuras nos perguntando sobre ele e querendo saber aonde a gente estava no momento que soube da morte dele.

sábado, 6 de junho de 2009

Shelter - De Repente California


Shelter, ou "De Repente, Califórnia" - título brasileiro - é um filme de 2007 mas que incentivado pelo Festival Mix Brasil chegou ao país na última sexta-feira, e mesmo que não estando nos grandes cinemas do Brasil já é uma boa iniciativa, possibilitando que aqueles que ainda não viram vejam ao filme, e a aqueles que já assistiram possam agora admirá-lo na telona.
Encantador é a palavra que melhor define este filme. Já assisti diversas vezes e a sensação que ele passa é sempre ótima.
Escrito e dirigido por Jonah Markowitz, "Shelter" não parece ter grandes pretenções e talvez por isso mesmo atinja de forma certo ao público, indo além de uma simples narrativa sobre a relação entre duas pessoas do mesmo sexo, e sem nenhum apelo sexual "Shelter" é um filme sobre o amor e as descobertas que este pode trazer.
A história tem como personagem principal Zach (Trevor Wright), um jovem surfista que deixa de lado o sonho de se tornar artista plástico para assumir a responsabilidade de cuidar de seu sobrinho Cody e de sua irmã Jeanne (Tina Holmes).
Mas a vida de Zach muda completamente e novos sentimentos são despertados quando ele reencontra Shaun (Brad Rowe) um escritor em crise e irmão do seu melhor amigo. A relação dos dois que a princípio surge como uma amizade se torna algo mais forte. E a partir deste momento Zach ve sua vida mudar completamente. A relação com Shaun, que não esconde sua homossexualiade, insere dúvidas, medos e conflitos na vida de Zach que tem que lidar com o preconceito velado das pessoas, principalmente o da sua irmã. Mas ao mesmo tempo esta relação parece ser o que faltava para mostrar a Zach que sua vida vai além de seus deveres com os outros, que ele tem sonhos, talentos e precisa seguir em frente em busca de seus objetivos.
Muito mais que mostrar a relação entre um casal gay, e sem apelar para cenas explícitas, mostrando o amor do casal da forma mais sutil e carinhosa possível, "Shelter" ressalta como as vezes ficamos acomodados frente a algumas dificuldades, como as vezes abdicamos dos nossos próprios sonhos para cuidar de outras pessoas. É uma história de auto-aceitação e de descoberta, que mostra como as vezes os mais fácil é aceitar quem somos e deixar que algumas pessoas entrem em nossas vidas, porque muitas vezes o que nos falta é alguém para mostrar o caminho, independente de quem seja.