Os desfiles das escolas de samba são sem dúvida um dos maiores espetáculos populares do país. Contudo, o que vemos nos últimos anos é o crescimento cada vez maior de um fenômeno extremamente popular, que anteceu e inspirou os desfiles das escolas de samba: os blocos de rua.
Duas semanas antes do carnaval as ruas da cidade do Rio de Janeiro são tomadas por foliões de diversos lugares e idades (estima-se que mais de 2,5 milhões de pessoas pulem o carnaval de rua do Rio desse ano, entre cariocas e turistas). Quem já frequentou algum bloco nesse período pré-carnaval sente algumas mudanças que visam organizar melhor a festa. O cadastro de todos os blocos, com horários rígidos para começo e dispersão, por exemplo, vem sendo bastante elogiado pelos frequentadores.
Bom, mas vamos a nossa dica: pra você que gosta de emendar um bloco no outro e acaba morrendo de fome e sem saber o que comer, um temaki é uma ótima opção. E o Koni Store esse ano fez um projeto chamado "Koni Folia", que também é uma ótima para aqueles foliões desorientados, ou então visitantes. O objetivo do Koni é divulgar a programação para os foliões, com acesso às datas, mapas e dicas de tudo que rola nas ruas, além de localizar as Koni Stores por perto de cada evento. Você não se perde e ainda recarrega as energias para os próximos blocos e festas. Perfeito, né?
Voltando de merecidíssimas férias, vamos ao trabalho. Ontem foi noite de Grammy Awards e, como a gente adora uma premiação, temos muitos comentários.
Depois de mais de 3 longas horas de premiação, Beyoncé (seis Grammys de dez indicações) e Taylor Swift (quatro prêmios de oito indicações) foram as grandes vencedoras da maior premiação da indústria fonográfica dos Estados Unidos. Apesar de ganhar mais gramofones, Beyoncé não venceu o maior prêmio da noite. "Fearless", da cantora country Taylor Swift, foi o eleito o melhor álbum do ano, e dessa vez não teve Kanye West para atrapalhar o discurso da loira. Com isso, Taylor se tornou a artista mais jovem a ganhar a principal categoria da noite. Histórico? Sim. Merecido? Hum, tenho minhas dúvidas.
Quanto às perfomances da noite, tivemos altos e baixos. O previsível tributo à Michael Jackson em 3D (ok, usar 3D não é lá algo muito previsível, mas quem assistiu a premiação em casa não sentiu qualquer efeito da tecnologia) soou estranho. Celine Dion, Jennifer Hudson, Smokey Robinson , Carrie Underwood e Usher subiram ao palco para cantar "Earth Song" e simplesmente não rolou. Outra decepção da noite foi o show "esquecível" de Beyoncé no palco do Stapples Center. Não sei se esse sentimento é fruto das grandes performances que a cantora já apresentou em outras premiações, mas cantar um single não tão bombado como "If I Were a Boy" e um fraco cover de "You Oghta Know" da Alanis não ajudaram muito. Longe de ruim, mas bem aquém do que a mulher de Jay-Z pode.
Em compensação, apesar de ganhar apenas 2 Grammys, Lady Gaga brilhou ao abrir a noite ao fazer um dueto com Elton John misturando versos da famosa Your Song, do músico inglês, e de Speechless, faixa do novo CD de Gaga. Inusitado, simples e belo. Mas sem dúvidas, a grande apresentação da noite coube a P!nk. Ao som de "Gliter in the Air", a cantora fez uma performance de tirar o fôlego em um tecido acrobático, enquanto cantava ao vivo - o que é o mais surpreendente diante da enxurrada de playbacks que dominam muitos shows atualmente. Mereceu a ovação de pé.
Vamos então a lista dos grandes vencedores da noite:
Álbum do Ano "I Am... Sasha Fierce" - Beyoncé "The E.N.D." - The Black Eyed Peas "The Fame" - Lady Gaga "Big Whiskey And The Groogrux King" - Dave Matthews Band "Fearless" - Taylor Swift
Música do Ano "Poker Face" - Lady Gaga & RedOne" "Pretty Wings" - Maxwell" "Single Ladies (Put A Ring On It)" - Beyoncé "Use Somebody" - Kings Of Leon "You Belong With Me" - Taylor Swift
Gravação do Ano "Halo" - Beyoncé "I Gotta Feeling" - The Black Eyed Peas "Use Somebody" - Kings Of Leon "Poker Face" - Lady Gaga "You Belong With Me" - Taylor Swift
Revelação Zac Brown Band Keri Hilson MGMT Silversun Pickups The Ting Tings
Melhor Cantora (performances solos) Adele - "Hometown Glory" Beyoncé - "Halo" Katy Perry - "Hot N' Cold" Pink - "Sober" Taylor Swift - "You Belong With Me"
Melhor Cantor (performances solos) John Legend - "This Time" Maxwell - "Love You" Jason Mraz - "Make It Mine" Seal - "If You Don't Know Me By Now" Stevie Wonder - "All About The Love Again"
Melhor Performance em dueto ou grupo The Black Eyed Peas - "I Gotta Feeling" Bon Jovi - "We Weren't Born To Follow" The Fray - "Never Say Never" Daryl Hall e John Oates - "Sara Smile" MGMT - "Kids"
Melhor Colaboração Pop com vocais Rosanne Cash e Bruce Springsteen - "Sea Of Heartbreak" Ciara e Justin Timberlake - "Love Sex Magic" Jason Mraz e Colbie Caillat - "Lucky" Willie Nelson e Norah Jones - "Baby, It's Cold Outside" Taylor Swift e Colbie Caillat - "Breathe"
Melhor Performance Pop Instrumental Herb Alpert - "Besame Mucho" Béla Felck - "Throw Down Your Heart" Imogen Heap - "The Fire" Maxwell - "Phoenix Rise" Marcus Miller - "Funk Joint"
Melhor Álbum Pop Instrumental "In Boston" - Chris Botti "Legacy" - Hiroshima "Potato Hole" - Booker T. Jones "Modern Art" - The Rippingtons and Russ Freeman "Down The Wire" - Spyro Gyra
Melhor Álbum Pop Vocal "The E.N.D." - The Black Eyed Peas "Breakthrough" - Colbie Caillat "All I Ever Wanted" - Kelly Clarkson "The Fray" - The Fray "Funhouse" - Pink
Melhor Performance Rock Solo Bob Dylan - "Beyond Here Lies Nothin" John Fogerty - "Change In The Weather" Prince - "Dreamer" Bruce Springsteen - "Working On A Dream" Neil Young - "Fork In The Road"
Melhor Performance Rock em dueto ou grupo Eric Clapton e Steve Winwood - "Can't Find My Way Home" Coldplay - "Life In Technicolor II" Green Day - "21 Guns" Kings of Leon - "Use Somebody" U2 - "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight"
Melhor Hard Rock Performance AC/DC - "War Machine" Alice in Chains - "Check My Brain" Linkin Park - "What I've Done" Metallica - "The Unforgiven III" Nickelback - "Burn It To The Ground"
Melhor Performance Metal Judas Priest - "Dissident Aggressor" lamb of Gid - "Set To Fail" Megadeth - "Head Crusher" Ministry - "Señor Peligro" Slayer - "Hate Worldwide"
Melhor Música Rock "The Fixer" - Pearl Jam "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight" - U2 "21 Guns" - Green Day "Use Somebody" - Kings Of Leon "Working On A Dream" - Bruce Springsteen
Melhor Álbum Rock "Black Ice" - AC/DC "Live From Madison Square Garden" - Eric Clapton & Steve Winwood "21st Century Breakdown" - Green Day "Big Whiskey And The Groogrux King" - Dave Matthews Band "No Line On The Horizon" - U2
O Centro Cultural banco do Brasil com a primeira edição do programa CCBB em Cine trás a mostra Planeta Almodóvar, que vai reunir 9 produções do cineasta a fim de mostrar ao público os "personagens irreverentes, exagerados, apaixonados, neuróticos, dramáticos, obsessivos que cometem excessos de todos os tipos, vivendo situações inusitadas entre o drama e a comédia".
A mostra que começa no dia 24 de novembro vai até o dia 6 de dezembro. Se você estiver passeando pelo Centro do Rio num fim de tarde e bater uma vontade de assistir um filme do Almodóvar é só correr até a bilheteria do CCBB e pegar sua senha. A entrada é franca.
Mais informações sobre a programação de Planeta Almodóvar no site do CCBB:
Depois de uma longa espera o tão comentado filme brasileiro "Do Começo ao Fim" de Aluizio Abranges está entre as grandes estréias do mês de novembro.
Desde maio deste ano, quando a promo do filme "vazou" na internet a história de amor incestuosa entre os irmãos Francisco e Thomás vem causando frisom entre os cinéfilos.
Como se não bastasse o filme trazer como tema o romance homossexual, este romance é entre dois irmãos. Na verdade meio irmãos. O que não diminui muito a polêmica que o enredo do filme trás. A combinação entre homossexualismo e incesto parecia ser demais, ainda mais para um filme brasileiro, acostumado com um cinema de cunho mais social, e numa sociedade onde estes dois assuntos ainda são tabu.
Como havia dito Abranches em entrevista para O Globo - assim que o teaser do filme caiu na rede - a intenção era tratar do tema de forma leve e não trágica. E é exatamente isso que vemos, sem grandes clichês e sem nenhum valor moral ou julgamentos "Do Começo ao Fim" retrata um romance onde o homossexualismo e o incesto não parecem ser problema ou impecilho para aquele amor que existe desde a infância.
A relação forte entre os dois irmãos era percebida pelos seus pais desde cedo, quando Thomás e Francisco ainda eram crianças. Julieta, a mãe dos meninos, interpretada por Julia Lemmertz, em certo momento do filme diz que se preocupa com o que está acontecendo com seus filhos mas que prefere não impor a eles o que é bom ou ruim. E no decorrer do filme é isso que percebemos, uma não preocupação em discernir o certo do errado. O que nos parece é que tanto a família e os amigos veem a relação dos dois de uma forma natural, e essa naturalidade é passada para nós da mesma forma. Em nenhum momento as duas realidades polêmicas nos chocam. O amor é entre os dois nos é passado de forma tão sincera que em certo momento do filme a quase infidelidade de um dos rapazes é o que mais nos incomoda.
Além disso, um filme que trás uma bela fotografia, cenas recheadas de silêncios falantes e toda uma série de tomadas uma tanto quanto lúdicas dando ao filme um ar poético. Há quem reclame de toda essa tentativa de poetizar os temas ao invés de trata-los com mais seriedade, servindo assim de alerta social. Porém, desde o príncipio não parece ter sido essa a intenção de Abranches, que tentou suavizar temas polêmicos e através disso mostrar o amor.
Começou na última quarta (03) e vai até o dia 29 de novembro a mostra A Elegância de Woody Allen no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro. Serão exibidos todos os 40 longa-metragens de um dos mais geniais cineastas do cinema mundial. Além de suas produções como diretor também constam filmes em que Woody Allen foi roteirista/ator, e películas que o homenageiam.
Uma das grandes atrações será a exibição de Whatever Works (Tudo Pode Dar Certo), filme mais recente do diretor e ainda inédito no Brasil. O filme conta a história de Boris Yellnikoff (Larry David), um nova iorquino que tem uma visão particular da vida e faz questão que todos saibam de suas teorias sobre religião, relacionamentos e a aletoriedades sobre a existência. Mas sua vida solitária muda quando ele abriga a jovem sulista Ann Celestine (Evan Rachel Wood) e começa uma incomum amizade, cheia das mais improváveis afinidades.
Mas a Mostra não contará apenas com a exibição de filmes. Dois debates sobre a filmografia de Mr. Allen, além de cursos gratuitos, em que os participantes ganharão diplomas, também serão ministrados e completam a programação dessa ótima dica cultural. Vale lembrar que a partir do dia 18 deste mês os paulistanos também poderão ver toda a genialidade do diretor norte-americano no CCBB paulista.
Para os cinéfilos de plantão a notícia pode ser enlouquecedora visto que o Festival do Rio ainda tá aí e só quem vai sabe o quanto é difícil organizar todos os horários. Porém o Festival acaba nessa quinta-feira(8) e pra quem quer prolongar um pouquinho mais a diversão nas salas de cinema a boa é que amanhã estréia no CCBB a quarta edição do Festival Filme Fashion - Documentários, que vai até a quarta-feira(14) da próxima semana.
A mostra que não é direcionada apenas para aqueles que se interessam pelo mundo da moda mas também para aqueles que conseguem enxergar na moda uma valor artístico, é organizada pela curadoria da jornalista de moda Alexandra Farah. A mostra vai exibir filmes que retratam o dia-a-dia de diversas personalidades que trabalham com a moda, desde estilistas e modelos até fotógrafos. Tudo isso a fim de aproximar o telespectador desta indústria cultural que é a moda, além de tornar mais clara a importancia da moda na sociedade uma vez que esta lança tendencias e influencia pessoas não só em suas maneiras de se vestir mas também nas maneiras de agir e se relacionar com o outro.
É importante ressaltar que a entrada é franca e por isso é importante que se chegue ao local pelo menos uma hora antes da exibição do filme. Além disso para aqueles que perderam o badaladíssimo Vogue - A Ediçao de Setembro no Festival do Rio, este será exibido no penúltimo dia da mostra, então está aí mais uma chance de ver o filme antes de todo mundo.
Mais informações sobre a mostra, como os horários e sinopses do filme você encontra no site do CCBB.
O documentário Beyond Ipanema: Ondas Brasileiras na Música Global nos leva a uma viagem desde Carmem Miranda até o grupo alternativo Garotas Suecas e o funk carioca, mostrando como a música brasileira foi encontrando o seu espaço e penetrando no competitivo cenário internacional, sobretudo nos Estados Unidos. Durante os 87 minutos de exibição notamos todo o amor a primeira vista que os americanos tiveram com Carmem Miranda, e posteriormente com a música brasileira em geral.
Os diretores Béco Dranoff e Guto Barra iniciam a trajetória da invasão da música brasileira para além de suas fronteiras com a chegada de Carmem Miranda a Nova York em 1939. O documentário vai desde seus filmes, em que ela exigia em contrato ter falas em português, e seus espetáculos na Broadway, além do fascínio dos americanos por aquela mulher com frutas na cabeça.
Ao longo do filme o espectador vai sendo apresentado a vários momentos chaves como a bossa nova e a obsessão "the girl from Ipanema", a tropicália, com destaque para o grupo Os Mutantes, e o sucesso comercial de Sergio Mendes em solo americano. Mas talvez o grande trunfo do documentário seja ir além disso e mostrar como a música brasileira foi também redescoberta por artistas e públicos estrangeiros muitos anos depois.
Os anos 90 e esta primeira década do século XXI vêem esse redescobrimento da música brasileira, seja pelo retorno e consagração de grupos como Os Mutantes, sem Rita Lee, mas principalmente pelas diversas apropriações que djs em todo o mundo fazem com a nossa música. Bebel Gilberto e seu flerte com as batidas eletrônicas é com certeza uma das representantes desse momento de misturas e reconhecimento da música brasileira no exterior. O sucesso que bandas como Cansei de Ser Sexy, Bonde do Rolê e Garotas Suecas fazem na cena alternativa americana também não passa desapercebido pelo documentário, que também cita outros estilos musicais como o forró e o funk como cada vez mais influentes e presentes fora do país.
Documentários que traçam uma trajetória sobre a música brasileira não são tão incomuns, mas o grande feito de Beyond Ipanema é ir mais além. É buscar com um vastíssima quantidade de entrevistas, com nomes como David Byrne, M.I.A e Creed Taylor, além de Caetano Veloso e Gilberto Gil, traçar um panorama sobre a música brasileira no exterior até o contemporâneo e perceber suas misturas, colagens e reapropriações. Longe de tentar abarcar toda a história, o documentário é bem sucedido e traz várias curiosidades como um sebo recheado de LPs históricos de artistas brasileiros no East Village e também o samba ter entrado na grade curricular de uma escola americana do Harlem.
Criado com o objetivo de discutir os mais variados temas que envolvem cinema, música e outras formas de arte, o "um blog de quinta" pretende trazer toda quinta-feira um novo post. Mas não se assuste se o post for publicado qualquer outro dia da semana.
Afinal, se trata de um blog de quinta.