quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sem medo de maldições


No primeiro post deste humilde blog (hein?!) falamos sobre a dificuldade em começar algo. Estrear, partir do zero... No entanto, se você consegue superar tal barreira com sucesso, baixar a guarda é um risco. Tão difícil quanto um começo bem-sucedido é a manutenção dessa conquista. De nada adianta rolar uma super conexão e boa impressão num primeiro encontro, se você estragar tudo com perguntas e hábitos desnecessários no segundo (graças a Deus, não sou desses. rs).

No mundo do entretenimento funciona exatamente igual. Quando uma série de TV estoura em sua primeira temporada rola uma grande expectativa sobre como será a segunda. Uma expectativa cruel, que muitas vezes leva grandes séries ao limbo ou então as arrasta por mais algumas temporadas, dependendo da paciência dos diretores das TVs (caso da “morta-viva” Heroes e da falecida The O.C.). Mas nenhuma maldição no mundo pop se compara ao lançamento de um segundo CD. E uma das últimas estrelas da música a passar por essa provação foi a britânica Lily Allen com o seu It’s Not Me, It’s You.

Lançado em fevereiro deste ano, o segundo álbum da carreira de Lily Allen parecia fadado a sofrer da “síndrome do segundo”. No primeiro trimestre do ano de 2008, Lily deu algumas entrevistas declarando que seu CD estava praticamente pronto. Entretanto, a cantora voltou atrás e disse que queria seguir “novos caminhos”, experimentar novos sons e ritmos, o que atrasou bastante o lançamento do álbum, além de provocar o rompimento com o produtor-queridinho-sensação Mark Ronson. Com isso a expectativa aumentou. Será que It’s Not Me, It’s You conseguiria manter Lily nas paradas e superaria o arrebatador Allright, Still?

Minha humilde (oi?!) resposta é sim. A tática de divulgar os demos do novo álbum no seu MySpace seguiu o mesmo caminho do primeiro CD, assim como suas famosas letras autobiográficas. Entretanto, parece que se encerram aí as semelhanças. Em seu segundo CD vemos claramente uma Lily mais madura e executando um álbum mais eletrônico e dançante que o anterior.

Ainda que mantenha a sua ironia on fire contra seus ex-namorados, vale destaque para a divertida e ácida Not Fair [When we go up to bed you're just no good / Its such a shame / I look into your eyes / I want to get to know you / And then you make this noise and its apparent it's all over], ela se volta a críticas mais contundentes. Seus alvos preferidos: o consumismo exagerado e as “celebridades de plástico” no ótimo single The Fear e a sociedade descartando as pessoas cada vez mais cedo na faixa 22 [It's sad but it's true how society says / her life is already over].

Its Not Me, It’s You ainda tem um longo caminho pela frente, e dizer que ele terá o mesmo êxito comercial que seu antecessor parece precipitado, apesar de termos bons indícios que sim: o álbum estreou em primeiro lugar no Reino Unido e na Austrália, e em quinto nos Estados Unidos. Contudo, há que se celebrar a maturidade musical que a cantora e compositora de 23 anos parece ter atingido. Em cada faixa do novo álbum, Lily nos mostra que deixou para trás “aquela adolescente que estava desesperadamente atrás de atenção”, conforme ela mesma define as músicas de seu primeiro CD.

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