terça-feira, 29 de setembro de 2009

Distante Nós Vamos #FestivalRio'09


Verona (Maya Rudolph) e Bart (John Krasinski) são um casal na casa dos 30 anos que se vêem "grávidos" e com um problema: os avós paternos resolvem viajar para a Europa e eles percebem que estão abandonados. Percebem que precisam encontrar seu caminho; um lugar para construir um lar para a chegada de seu primeiro filho. Esta é basicamente a premissa de Distante Nós Vamos (Away We Go), novo filme do diretor Sam Mendes, vencedor do Oscar por Beleza Americana em 2000.

A partir daí, o casal de protagonistas começa uma viagem por cidades como Phoenix, Tucson, Madison, Montreal e Miami em busca do lugar perfeito, se deparando em cada destino com uma família de conhecidos ou parentes que os abriga. Belíssimas cenas de lugares como o deserto do Arizona, por exemplo, são mostradas por Sam Mendes de maneira surpreendente. Quem já viu filmes de Mendes como Beleza Americana e Foi Apenas um Sonho sabe que sua direção tende mais a ser mais dura, rígida e com planos mais fechados. Então, os planos abertos e a condução fluida que combina de belas paisagens com a inspirada trilha sonora, que conta com músicas de George Harrison, Bob Dylan e The Velvet Underground, dá a leveza necessária para o filme funcionar bem na tela.

Palmas também para o elenco. Quem conhecia Maya Rudolph do famoso humoristíco Saturday Night Live já sabia de todo o seu talento para a comédia. Mas como fazia esquetes curtas, a grande dúvida era se ela conseguiria levar uma personagem protagonista com a mesma força de suas imitações no SNL. Ela não só consegue, como nos revela todas as nuances de Verona. E o seu colega de cena não fica atrás. Apesar de ter feito filmes como Licença para Casar e Amor não tem regras, John Krasinki também é mais conhecido por sua atuação na televisão pela série The Office. Merecem citação também a hilária Alisson Janey, como Lily a ex patroa de Verona e mãe completamente sem noção, além da fofa Maggie Gyllenhaal que interpreta uma mulher zen e absurdamente maluca.

Vale a pena ver essa comédia leve e despretensiosa, mas não menos tocante de Sam Mendes. A busca por encontrar a nossa casa, o nosso lugar no mundo é um tema bem universal e de fácil identificação com o espectador. Sem falar nas boas risadas que você dá ao longo do filme, algumas delas nem precisam de fala. Só de olhar para as expressões de Maya e John você já sente vontade de rir.